AMBIENTAL

Uso de Geossintéticos em Aterros Sanitários


07/05/2021

Pela variedade e quantidade de geossintéticos empregados, os aterros sanitários são um dos tipos de empreendimentos mais desafiadores tecnicamente para engenheiros geotécnicos. Isso porque diferentes tipos de materiais podem ser usados na sua estratigrafia. O liner de base do aterro é um bom exemplo pois é uma camada crítica que deve atuar como barreira estanque para evitar a percolação de lixívia e vapores orgânicos para o solo e água subterrânea. Para realizar sua impermeabilização, o projetista pode considerar a utilização de geomembranas subjacentes a uma camada de geotêxtil para drenagem e proteção à punção. Outra possibilidade, dentre tantas existentes, é o uso de geocomposto bentonítico, mais conhecido como GCL, constituído por duas camadas de geotêxteis entremeadas por bentonita sódica em pó ou granular. A escolha da melhor solução depende da ponderação das vantagens e desvantagens de cada material e de fatores como o tipo de resíduo que será descartado, o volume útil do empreendimento, uso e ocupação do entorno, dentre outros.

Durante a execução da obra, diversos cuidados devem ser tomados. Além do uso de mão-de-obra qualificada, é importante que todas as recomendações de controle e qualidade sejam atendidas para se evitar patologias como formação de bolhas, rasgos, emendas mal-feitas etc. A exposição prolongada do material às intempéries também é outra variável que deve ser ponderada, já que a ação de radiação ultravioleta proveniente da luz solar tende a degradar as propriedades físicas e mecânicas de geomembranas e geotêxteis. Para evitar o risco de acidentes ambientais, aterros de resíduos perigosos (Classe I) possuem mais de uma camada impermeabilizante, geralmente com uma camada drenante entre elas para detecção de possíveis vazamentos.

Considerando-se que, 10 anos depois da promulgação da Lei 12.305 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cerca de 60% dos municípios brasileiros ainda utilizam lixões, conforme estudo da Associação Brasileira das Empresas de Tratamento de Resíduos Sólidos e Efluentes (Abetre), ainda há um longo caminho a ser percorrido para universalização do uso de aterros sanitários no Brasil. O mesmo estudo aponta que, para resolver o problema dos lixões no país, seria necessário um investimento de aproximadamente R$ 2,6 bilhões. Enquanto isso, uma parte considerável da população brasileira continuará vulnerável a doenças e contaminações que, além de gerarem um passivo social, mantém o sistema de saúde sob estresse.

Novidades


Saiba mais sobre Geossintéticos

© 2024 CTG ABINT - Todos os direitos reservados.
Criação de sites: Trupe Agência Criativa Trupe Agência Criativa

Usamos cookies para personalizar o conteúdo, acompanhar anúncios e oferecer uma experiência de navegação mais segura a você. Ao continuar navegando em nosso site você concorda com o uso dessas informações. Leia nossa Política de Privacidade e saiba mais.