AMBIENTAL

Arquitetura x Geossintéticos x Sustentabilidade

Arquitetura x Geossintéticos x Sustentabilidade

*Por Fabrício Zambotto

27/08/2020

Há alguns anos, a arquitetura vem se reinventado, construindo novos olhares e deixando para trás metodologias construtivas centenárias para trazer para os canteiros de obras modernidade, sustentabilidade, baixa geração de resíduo e rapidez.

Dados apresentados na Batimat Paris 2020 mostram que, na Europa, em 1980, apenas 35% das construções buscavam inovações tecnológicas. Hoje, elas já representam 65%. Outro dado interessante: o concreto é responsável por aproximadamente 5% da emissão de gases na atmosfera.

Atualmente, questões culturais ainda trazem para proprietários uma grande insegurança em dar um passo em direção a algumas metodologias construtivas. Mas, um importante papel da comunidade técnica é trazer aos seus clientes dados que demonstrem a viabilidade técnica destas tecnologias.

Toda vez que partimos para a utilização de uma material industrializado, significa que este produto segue processos, mantem características, documentação de controle, ensaios laboratoriais, ou seja temos como analisar desempenho.

Com toda a certeza, desempenho já é há muitos anos utilizado em vários outros itens, como no automóvel que escolhemos, no eletrodoméstico que compramos e, até mesmo, nas empresas que investimos, e pouco falado mas já avaliado há muito tempo no setor da construção Civil. Hoje, devemos iniciar um ciclo constante de análise de desempenho dos nossos sistemas construtivos. O Brasil, por exemplo, dispõe de normas que já estão em vigor para balizar este desempenho.

É fundamental entendermos o quanto geramos de resíduo, o quanto economizamos de energia com iluminação adequada, alvenaria de fechamento com isolamento térmico, entre outros itens. Isso porquê, todo este desempenho e tecnologias em prol da construção vêm aliada sempre com um foco na sustentabilidade como resultado final, e para os geossintéticos este cenário não é diferente.

Grandes edifícios residenciais que até os anos 2000 sofriam com infiltração em seus subsolos, passaram a ser construídos utilizando sistemas drenantes com geocompostos, o que se possibilita manter a área seca sem infiltração e sem ocupar espaço construído, pois falamos de soluções com 1cm de espessura, e que tem a mesma capacidade drenante de 30cm de brita.

Figura 1 (subsolo antes e depois)

Já em coberturas residenciais, a adoção de jardins suspensos, telhados verdes e demais soluções que se se tem a necessidade de um sistema onde precisamos impermeabilizar, testar a estanqueidade dos sistemas e sobre essa impermeabilização um sistema drenante e sua irrigação, os geossintéticos trazem eficiência e leveza ao sistema que, por sua vez, reduz sobrecarga na estrutura e redução de custo estrutural, onde se aplica uma camada de geomembrana impermeabilizando e sobre ela um geocomposto drenante.

Em projetos mais arrojados e com investimentos paisagísticos maiores, lagos artificiais podem ser construídos com segurança, utilizando geomembranas para impermeabilização, além de geotêxteis para sistemas drenantes em gramados.

Os geotêxteis, conforme comentado acima, têm sua aplicação em larga escala já há mais de três décadas, sendo empregado nas mais diversas soluções arquitetônicas, como proteção mecânica, acústica, elementos de separação e drenagem de vasos e jardins. Atualmente, até paredes verdes são fabricadas por meio de geotêxteis nãotecidos.

A arquitetura vem caminhando a passos largos em direção à sustentabilidade, construção a seco, casas modulares, eficiência energética, entre outros.

Temos que lembrar que, ao primeiro momento, toda a tecnologia se apresenta, em um primeiro momento, com custos mais elevados se compararmos aos processos convencionais. No entanto, não podemos deixar de realizar uma comparação, onde dividimos em dois horizontes:

 

TRACIONAL

MODERNO

GERAÇÃO DE RESÍDUO

ALTO

BAIXO

TEMPO DE EXECUÇÃO

ALTO

BAIXO

DESEMPENHO CONTROLADO

ALTO

MÉDIO

REDUÇÃO DE CUSTO OPERACIONAL DA CASA

ALTO

BAIXO

SOLUÇÕES COM GARANTIA DO FABRICANTE

100%

0%

DESPERDÍCIO EM OBRA

ALTO

BAIXO

EMISSÃO DE POLUENTES DURANTE A OBRA

ALTO

BAIXO

INVESTIMENTO INICIAL

BAIXO

ALTO

CUSTO TOTAL DA OBRA APÓS 10 ANOS(*)

ALTO

BAIXO

Periodo para se extrair resultados dos sistemas de geração de energia, reaproveitamento de água, redução de uso de ar condicionado, necessidade de manutenção.

*Fabrício Zambotto é Coordenador do Comitê Técnico de Geossintéticos da Associação Brasileira das Indústrias de NãoTecidos e Tecidos Técnicos (CTG ABINT)

Foto: por Free-Photos, em pixabay.com

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