Como monitorar a vida útil da geomembrana em uma obra?

Por Fernando Lavoie

As geomembranas são materiais poliméricos com baixíssima permeabilidade aplicados em estruturas que necessitem de uma ou mais camadas de barreira de fluxo. Dentre estas estruturas destacam-se os aterros de resíduos, barragens de rejeitos, lagoas de tratamento de efluentes, entre outros.

No Brasil, as geomembranas começaram a ser aplicadas em estruturas civis a partir da década de 90 do século passado. Os tipos de geomembrana mais utilizados no Brasil são as de polietileno de alta densidade (PEAD) e as de poli cloreto de vinila (PVC).  

Qual a durabilidade de uma geomembrana? Esta pergunta é complexa e de difícil resposta. Nas três décadas de experiência Brasileira na produção e instalação deste tipo de produto, é possível entender o desenvolvimento de blendas com aditivos ao longo deste período, buscando um material com maior resistência às intempéries e ao ataque químico. As boas práticas de manuseio e instalação da geomembrana também são cruciais para o bom desempenho desta camada de barreira de fluxo.

Para a garantia de bom desempenho da geomembrana ao longo da vida útil da obra, é necessário o acompanhamento das suas propriedades mais relevantes, a partir do recebimento do material em obra. O controle de qualidade de recebimento avalia as características iniciais do material recebido em obra, garantindo os valores mínimos das propriedades importantes de acordo com a especificação do projetista.

Durante a instalação do material, amostras devem ser armazenadas em local coberto para serem utilizadas como contraprova. Sugere-se que a cada 5 ou 10 anos seja feita uma exumação do material instalado na estrutura, de forma a avaliar e monitorar ao longo do tempo a manutenção das propriedades mais relevantes da geomembrana.

O planejamento para a operação de exumação não é simples, pois a avaliação do material na base de um aterro de resíduos, por exemplo, é complexa. Porém, deve-se estabelecer pontos viáveis na estrutura para coleta das amostras. Ao longo do tempo, pode-se, então, proceder ao monitoramento das propriedades do material, garantindo, assim, a manutenção da camada de revestimento, ou, se for o caso, planejar um plano de ação para substituição do material.