Uso de Geossintéticos na Prevenção de Contaminação do Solo e Água Subterrânea
Por Eng. Leonardo Previti
19/03/2021
Um dos maiores impactos ambientais atrelados à atividade industrial é a contaminação de solo e água subterrânea devido à infiltração de substâncias, produtos e/ou materiais com potencial contaminante. Ainda que muitos destes problemas possam ser gerenciados, a investigação e a remediação das áreas afetadas costuma ser um processo demorado e custoso para as empresas envolvidas.
Como medida de prevenção e em atendimento aos Procedimentos para Proteção da Qualidade do Solo e da Água Subterrânea, tal qual dispostos no Decreto Estadual Nº 59.263, de 5 de junho de 2013, os geossintéticos podem ser empregados em determinadas condições, reduzindo, ou até impedindo, a difusão de contaminantes pelo solo e água. Alguns exemplos de materiais que podem ser usados como barreiras impermeabilizantes devido a suas baixíssimas permeabilidades são: geomembranas, GCLs (geosynthetic clay liners) e geocompostos impermeabilizantes.
Estas medidas protetivas são recomendadas não só para atividades e empreendimentos como aterros sanitários, minerações e lagoas de rejeitos como também para impermeabilização de áreas que armazenam combustíveis, materiais oleosos, substâncias químicas e demais produtos que possam ser caracterizados como contaminantes.
Os geossintéticos como sistema de barreira de fluxo e sistema de drenagem podem representar de 20 % a 40 % do custo de implantação em um empreendimento ambiental, tal como um aterro sanitário ou uma pilha de rejeitos. Como barreira de fluxo, os geossintéticos possuem propriedades promissoras, mais seguras ambientalmente e promovendo maior produtividade à obra, quando comparados com as soluções tradicionais. Além disso, tem-se a possibilidade do controle tecnológico durante o processo de produção, de responsabilidade do fabricante, e a possiblidade de controle tecnológico no recebimento do material, de responsabilidade da empresa fiscalizadora da obra.
Dessa forma, há um grande potencial de crescimento da especificação e uso de geossintéticos no Brasil em obras ambientais para os próximos anos. O setor entende que é necessário evoluir enquanto mercado, desde os fabricantes, até os consumidores e empresas fiscalizadoras, de forma a melhorar sobremaneira a maturidade da especificação, da aquisição, dos critérios de recebimento e, por fim, da garantia das boas práticas de instalação dos produtos.